Guest Post da Carolina Coimbra nesta Semana Internacional de Aleitamento Materno 2021 ~ Os nossos sonhos também podem ser flexíveis

A amamentação é um tema muito querido e amado para mim. Porquê? Na minha primeira gravidez nunca me preocupei com a amamentação, a minha mãe afinal conseguiu amamentar-me durante 9 meses e à minha irmã mais nova durante 2 anos, por isso sempre pensei:”Peanuts”. Algo tão natural, irá correr bem certamente.

No entanto, quando o meu filho nasceu não foi nada assim. Ele nasceu com um bom peso 3.140kg, mas ia perdendo cada vez mais sem nunca o recuperar. Chegou aos 2,600 kg, não fazia cocó e o xixi começou a vir com os cristais de quem está a desidratar. Pânico para uma mãe de primeira viagem. Em simultâneo, tinha pessoas que desde que ele foi para casa andavam a pressionar-me para ele beber suplemento. Sempre recusei. Até que a minha doula nos recomendou uma médica que é Conselheira de Aleitamento Materno, que provávelmente acompanha os bebés mais pequenos de Lisboa. Ela acompanhou-nos até ele recuperar o peso, mas continua connosco até hoje. E, sabem de uma coisa? Ele teve suplemento até aos 6 meses, depois começou a comer e deixou o suplemento. E foi amamentado até aos 3 anos e 6 meses. Para mim foi uma vitória.

Eu fiz uma operação por ter mamas assimétricas há uns 14 anos atrás e, é possível que seja por isso que não produzo leite suficiente para uma amamentação em exclusivo durante os primeiros 6 meses de vida dos meus bebés. Podia ter tentado suplementar com o meu leite através da estimulação com a  bomba, mas chegou a uma altura que estava a a ser tão cansativo que tive de ceder e aceitar: ele bebia o suplemento com uma sonda e mamava na minha mama ao mesmo tempo. Está tudo bem. Está tudo bem dar leite materno e suplementar em simultâneo. Está tudo bem não ser como sempre sonhámos. Os nossos sonhos também podem ser flexíveis e nunca pensei conseguir amamentar até aos 3 anos. Por isso, para mim a amamentação do meu filho foi um sucesso. Mas este sucesso só foi possível porque estive rodeada de profissionais que acreditavam na amamentação e em mim. Por isso, não basta informação, mas também, estarmos rodeadas de quem acreditam em nós, na amamentação e nas nossas escolhas.

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